Torres de linha de transmissão da Eletronorte são derrubadas e Eletrobras silencia
O COLETIVO NACIONAL DOS ELETRICITÁRIOS – CNE, recebeu informações do SINDICATO DOS URBANITÁRIOS DO MARANHÃO – STIUMA de que às 02h33 minutos a linha de transmissão Ribeiro Gonçalves/Balsas circuito de 230kV (RGBS-LT06-01) foi desligada por atuação do relé do seu Sistema de Proteção.
O sistema de proteção identificou que o defeito se deu entre as torres há 18,5km e 17,8km a partir da SE Balsas. O desligamento dessa linha de transmissão somente não comprometeu todo o sul do estado do Maranhão, porque as cargas da cidade de Balsas foram transferidas para circuito alternativo de SE Porto Franco pertencente a EQUATORIAL (FNPF-LI5-01).
Por volta das 3h55, os técnicos da Eletrobras Eletronorte se dirigiram para SE Balsas para as devidas averiguações in loco e por volta das 06h os técnicos em campo realizaram uma inspeção em um trecho que compreendiam entre as torres 159 a 181 que correspondiam a indicação da falta entre 82 a 92 km sentido Ribeiro Gonçalves a Balsas.
Na torre 170 foi verificado um dano no suporte do cabo para raio, na torre 171 a mesma estava no chão devido ao rompimento dos estais por ação de fogo de fogueira em cada um dos 4 estais. Prosseguindo a inspeção, foi verificado que a torre 172 havia tombado em consequência nos danos consideráveis na estrutura. Os técnicos da empresa imediatamente informaram ao COI-GT.
O que já foi apurado aponta para indícios de atos de terrorismo contra os empreendimentos da Eletrobras Eletronorte. Chama a atenção o fato de que os "estais", dispositivos usados para segurar as Torres da ação dos ventos, tinham vestígios de incêndio, o que pode ter acarretado a sua ruptura e a consequente queda das Torres.
Mais um detalhe, esses eventos, comumente, acontecem em terras indígenas, mas, o que chegou ao nosso conhecimento, é que a queda das duas Torres ocorreu em região do agro negócio.
A linha em questão é a LI Balsas(MA)/Ribeiro Gonçalves (PI), 230 Kv.
Causa espanto e estranheza o comportamento da Diretoria da Eletronorte e da Eletrobras sobre essa ocorrência, uma vez que o fato se deu há mais de 48 horas sem que se tenha noticia de qualquer alusão ao fato nas redes sociais da empresa.
Relatada a ocorrência, mais uma vez chamamos a atenção para uma sequência de pontos que deveriam ter sido vistas e não foram:
1. A investigação dessa natureza deveria ter sido e deve ser conduzida pela Polícia Federal, mesmo já existindo um Boletim de Ocorrência lavrado na Polícia Civil, requer-se o imediato protocolo de uma Representação à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal;
2. Isolamento imediato da cena do crime, pois, o local do ato de vandalismo/terrorismo onde se consumou a derrubada das torres é uma cena de crime contra o patrimônio público;
3. Comunicação imediata da ocorrência aos trabalhadores/as, ao mercado e à população, através dos meios que a Eletrobras dispõe ao seu favor;
4. Que sejam apuradas as responsabilidades e os culpados sejam punidos na forma da lei.
5. Que a Eletrobras e Eletronorte reavaliem imediatamente os desligamentos dos trabalhadores/as previstos para o dia 30/12/2022, uma vez que já ficou comprovado que os quadros remanescentes desses desligamentos não serão suficientes para suprir as situações de manutenções programadas, de urgência/emergência.
COLETIVO NACIONAL DOS ELETRICITÁRIOS