Campanha Salarial da Caema 2019

Sexta, 26 de Junho de 2019
 
O Sindicato dos Urbanitários reuniu nesta terça-feira, 25 de junho, com a diretoria da Caema para a
retomada das negociações como estava previsto. Estavam presentes quase todos os diretores da
Companhia, inclusive o presidente Carlos Rogério. A reunião fechou um calendário intenso de reuniões
de negociação para o mês de julho e discutiu metodologia da negociação, fazendo ainda uma
conversa geral sobre as 44 cláusulas que estão pendentes. Ficou acertado que na próxima reunião,
dia 02 de julho, a Caema já trará posições mais concretas sobre parte das cláusulas para que saiamos
da discussão genérica e busquemos negociar efetivamente cada ponto.
Ficaram acertadas reuniões para os dias 02, 05, 09, 11 e 16 de julho. Ao fim desse bloco de negociação,
o STIU-MA promoverá Assembleia Geral dos Trabalhadores em São Luís e Regionais, no dia 19
de julho, para avaliação do processo e deliberação sobre uma contraproposta formal que, esperamos,
seja apresentada pela Caema com avanços efetivos. Caso contrário, definiremos os rumos, inclusive
retomando a greve suspensa. Neste intervalo, o Sindicato fará reuniões nos locais de trabalho ou
convocará novas assembleias e mobilizações sempre que houver necessidade.
O clima da reunião foi tenso e, infelizmente, ela não foi muito produtiva. Ficou claro que não há
interesse do diretor administrativo-financeiro em avançar na proposta. Este continua tendo uma
postura arrogante, apostando no conflito. O STIU-MA deixou claro que os trabalhadores suspenderam
a greve numa demonstração de boa vontade, apostando na negociação, portanto o Sindicato também
investirá na construção de uma proposta decente para pactuação do Acordo, mas não aceitaremos
enrolação e desrespeito. Queremos uma negociação com metas claras, avanços concretos, postura
respeitosa e boa vontade para o debate e a busca de soluções por parte da diretoria da Caema.
Para relembrar, estamos oficialmente em
negociação há mais de 70 dias. Nesse período,
avançamos muito pouco, prorrogamos o ACT por
mais 60 dias (até 30 de junho) e, perto de findar a
nova vigência, a Caema apresenta uma proposta
que praticamente rasgava o Acordo Coletivo
vigente, retirando direitos fundamentais conquistados,
recusando-se a assinar nova prorrogação.
Diante desse cenário, a categoria deliberou, em
assembleia geral do dia 14 de junho, por indicativo
de greve por tempo indeterminado a partir de 24
de junho.
Na reunião de negociação do dia 19 de junho, o
Governo do Estado enviou o secretário de articulação
política Rodrigo Lago (acompanhado do
secretário de cultura Diego Galdino) para mesa.
Na ocasião, o STIU-MA resgatou o processo e
colocou uma pauta emergencial para que a
negociação pudesse ser retomada em termos
aceitáveis. Houve um aceno positivo, confirmado
na reunião com a diretoria da Caema no dia 24 de
junho, na manhã da Assembleia Geral, já reunida
nos pátios da empresa. Acertamos abono de
ponto em dias de assembleia, pagamento dos 7%
do PCS que haviam sido suspensos e prorrogação
do Acordo por mais 30 dias com retomada da
negociação pra valer. A categoria, de maneira
soberana, deliberou então por suspender a greve
por tempo indeterminado e entrar em Estado de
Greve.
O Sindicato dos Urbanitários e os trabalhadores
da Caema tem uma história de 34 anos de luta
organizada. Enfrentamos negociações, mobilizações
e greves de todos os tipos em todas as
empresas de nossa base. Já lidamos com a
incompetência e omissão de algumas diretorias e
com a arrogância e truculência de outras.
Conhecemos o caminho árduo da luta. Ninguém
nasceu ontem. Apostamos na negociação e no
bom senso, mas, se for necessário, vamos para o
confronto. STIU-MA e trabalhadores da Caema
estão atentos, mobilizados e em Estado de Greve.
Nossos passos
Negociação é reiniciada
em clima tenso
Campanha Salarial da Caema 2019
Afirmações de diretores "importados" em
mesa de negociação, matérias de origem
duvidosa em blogs "chapa branca" e recentes
afirmações do Governador em reunião com as
centrais sindicais indicam que estão "vendendo
o peixe podre" no Palácio dos Leões, tentando
claramente colocar os trabalhadores e trabalhadoras
como algozes da Companhia, responsáveis
pela crise financeira. Vamos elencar aqui
alguns pontos puxados da "cartola" para fazer
do trabalhador e do Acordo Coletivo os vilões da
história:
1. Prêmio Aposentadoria e
altos salários - O Governador (coincidência
ou não) repetiu em reunião com as centrais o
que um blog tinha publicado: que na Caema tem
funcionários ganhando salários altíssimos e não
podem nem ser demitidos porque teria que pagar
mais de 500 mil para fazê-lo, graças ao Prêmio
Aposentadoria, que teria um valor absurdo.
A verdade - O parágrafo quinto da
cláusula 56 (Programa de Preparação para
Aposentadoria) do ACT vigente, prevê pagamento
do prêmio aposentadoria no valor de 5
vezes o maior salário da TABELA SALARIAL, o
que corresponde a cerca de 62 mil reais, ou seja,
nem se aproxima do tal "absurdo" de 500 mil
reais. Ocorre que se soma a esse valor as verbas
rescisórias PREVISTAS EM LEI, ou seja, direito
legal do trabalhador que não tem a ver com o
prêmio aposentadoria. Essas verbas rescisórias,
dependendo do histórico funcional e do salário
do trabalhador, podem chegar a valores bem
altos. Esse caso se aplica a alguns funcionários
da Caema (um percentual mínimo face ao
quadro geral de trabalhadores). Tirar o prêmio
aposentadoria do Acordo não resolve isso, não
exime o Estado de pagar as verbas que o funcionário
tem direito por lei e só penaliza aqueles que
realmente precisam porque dedicaram anos de
sua vida à Companhia, ganham baixos ou
médios salários e ainda perdem com a aposentadoria.
2. Os trabalhadores não se
e s f o r ç a m p a r a m e l h o r a r a
empresa - Uma das afirmações do
Governador na reunião com as centrais é que
ordenou à diretoria da Caema que implantasse
as medidas sugeridas pelo Sindicato, mas os
resultados não foram bons porque os trabalhadores
se negam a implementar, dando como
exemplo a questão da hidrometração.
A verdade - O programa de hidrometração
feito na Caema na gestão de Davi Telles (e
nas outras também) sempre foram executados
por empreiteiras, através de contratos milionários
e sem resultados e foram justamente as
denúncias do Sindicato que levaram a rescisão
desses contratos. Na gestão de Davi Telles, por
exemplo, dos 139 mil hidrômetros previstos,
foram instalados cerca de 10 mil e com uma
margem de erro considerável na instalação.
Depois, chamavam os trabalhadores para
consertar as besteiras que a empreiteira fazia,
ou seja queriam que os empregados da Caema
trabalhassem para a empreiteira que estava
ganhando milhões para fazer o trabalho, aí o
empregado se recusava, com toda razão.
Agora, a diretoria já anunciou que vai fazer
novo contrato para reiniciar o programa, novamente
com empreiteiras. O STIU-MA desafia a
Caema a criar equipes do próprio quadro para
fazer um mutirão de hidrometragem e vamos ver
o resultado depois. Em mesa, inclusive, o diretor
Oliveira disse que a Caema pagará um valor por
hidrômetro instalado para a empreiteira contratada.
Demos a sugestão de criar equipes do
quadro e oferecer incentivo (uma espécie de
premiação) por meta cumprida, gastando
metade do que gastariam com a contratação de
uma empreiteira. Não levaram em consideração,
mas depois dizem para o Governador que o
trabalhador da Caema não quer trabalhar, nem
cooperar.
3. Plano de Saúde - A todo momento
alegam que o Plano custa 1 milhão e 750 mil para
os cofres da Caema e que, no cenário de crise,
isso é insustentável, por isso, os trabalhadores
tem que ir para o FUNBEN, afinal, os outros
servidores do Estado usam esse sistema.
A verdade - É fato que o Plano de Saúde
custa cerca de 2 milhões e 500 mil reais, divididos
entre Caema (um milhão e 750 mil reais) e
usuários/trabalhadores (750 mil reais). Parece
um custo alto, mas é o preço pago pela saúde e
pela vida dos trabalhadores e seus dependentes.
É o preço de garantir assistência médica
minimamente digna para quem trabalha. Por que
cortar de maneira desumana o essencial se
Caema e Governo podem cortar valor similar de
outras áreas? O Sindicato já deu a solução: 108
pára-quedistas custam aos cofres da Caema
(ou coisas que o Governador Flávio Dino
deveria saber se ouvisse os dois lados)
O QUE HÁ POR TRÁS DO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
MEXEU COM MEUS
DIREITOS,
EU VIRO
LUTA!
cerca de 1 milhão e 150 mil reais por mês. Por liberalidade da diretoria da Caema e do Governo do
Estado, eles possuem os mesmos benefícios dos trabalhadores do quadro numa empresa que vive
uma crise financeira. Não parece estranho? A verdade é que, ao longo das décadas e em todos os
governos, a Caema absorve dezenas de pára-quedistas, indicados por aliados políticos, que normalmente
não entendem de saneamento, não conhecem a Caema, não agregam valor, mas custam caro.
Só na diretoria da Companhia hoje, dos cinco diretores, três são "importados" (um de São Paulo, um
de Mato Grosso e um de São Luís mesmo) e nem vamos citar aqui nos demais cargos.
O Sindicato acredita na
Caema e no caemeiro e
caemeira
Seria de bom tom que um governante, em vez de usar
informações distorcidas para tomar suas decisões pudesse
ouvir de verdade os dois lados e construir de maneira
honesta e justa soluções para os problemas de GESTÃO.
Se a despesa é mais alta que a receita, vamos discutir.
Identificar quais gastos poderiam ser cortados sem
penalizar quem trabalha. E estabelecer planejamento com
metas para aumentar receita. Os caemeiros e caemeiras
estão, sim, dispostos a ajudar a Caema, mas desde que
sejam valorizados e respeitados e exista um plano e metas
de verdade a serem discutidas e viabilizadas. Por que a
Caema e o Governo do Estado não fazem um Programa
pra valer com envolvimento e participação real dos trabalhadores
e trabalhadoras da Companhia?
O Sindicato dos Urbanitários acredita que a Caema
pública tem jeito, pode ser saneada e melhorada e que o
trabalhador pode, quer e sabe como ajudar a empresa a
sair da crise. Isso não quer dizer que a categoria aceita ser
desrespeitada, desvalorizada e ter seus direitos usurpados.
A prova de que queremos discutir, negociar e construir
saídas é que suspendemos a greve no primeiro aceno de
boa vontade. Foi um gesto de grandeza e compromisso da
categoria. Mas que Caema e Governo não se enganem: se
o processo de negociação não fluir de maneira respeitosa
e não avançar, vamos pra rua e pra greve, se necessário.
Podemos inclusive instalar nosso movimento na porta da
Secretaria das Cidades (a quem a Caema está ligada) ou
no próprio Palácio dos Leões.
NÓS AMAMOS A CAEMA MAS NÃO
PERMITIREMOS HUMILHAÇÃO E DESRESPEITO.
FORA ANDRÉ!
Próximas Assembleias nos Locais
de Trabalho: 27/06 a 01/07
Grande
Assembleia
Geral
19 de julho
COORDENADORES FINANCEIROS
O Sindicato ficou sabendo que o diretor
administrativo-financeiro teria uma portaria
pronta para exonerar todos os coordenadores
administrativos financeiros das
sedes e das regionais. A priori, os próprios
gerentes cumpririam essa função. É mais
uma medida tomada sem discussão com
o Sindicato ou com os trabalhadores. E
pior: seria a exclusão de um cargo e a
mudança do organograma da Companhia
sem anuência do Conselho de Administração.
Lamentamos e esperamos que a exoneração
de hoje não seja a porta de entrada
para mais pára-quedistas amanhã. E
questionamos: será que o diretor quer ter
o controle absoluto de todos os recursos?
Vamos aguardar e acompanhar.
MAIS DESRESPEITO
A Diretoria da Caema anda divulgando
o que seria um "plano" de gestão (como
sempre sem discussão), onde estabelece
prioridades para aumentar a receita (a
maioria são sugestões do próprio
Sindicato), mas também divulga medidas
que afetam os trabalhadores como se o
ACT já estivesse fechado. É o caso da
assistência médica, que já é citada como
sendo feita através do FUNBEN. o STIUMA
quer lembrar a diretoria da Caema
que nosso Acordo ainda está em vigência
e ainda estamos em negociação, por isso
é desrespeitoso agir dessa forma. Isso
demonstra, mais uma vez, que o diretor
administrativo-financeiro realmente não
tem condição de dialogar e de construir
soluções, porque não respeita quem trabalha
e não compreende uma regra básica
de GESTÃO: ninguém transforma sozinho,
sem equipe e sem estabelecer um
pacto com aqueles
que, de fato,
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