Câmara Municipal de Chapadinha promove Audiência Pública sobre Saneamento

, 30 de Novembro de 2023

Dirigentes do StiuMa e trabalhadores e trabalhadoras da Caema participaram na manhã da última terça, 28 de novembro, de Audiência Pública Sobre Saneamento promovida pela Câmara Municipal de Chapadinha.

A Audiência Pública Sobre Saneamento foi conduzida pelo Presidente da Câmara Municipal, vereador Toti e contou com a participação, na mesa, de representante da Caema, Erione Nascimento, Diretor de Operação, Manutenção e Atendimento ao Cliente; representante da OAB, Oberdan Galvão; Representantes da Prefeitura, os senhores Alberto Carlos e Peres, Secretários de Saúde e de Infraestrutura do Município, respectivamente. Após a fala dos integrantes da mesa, houve uma apresentação do coordenador socioambiental da Caema, Marco Silva, sobre os serviços prestados, os problemas enfrentados e as perspectivas para o abastecimento de água em Chapadinha. Antes, o assessor da Caema Marcelo Menezes também contribuiu com informações. Após apresentação da Caema, os vereadores presentes se manifestaram e a fala foi franqueada aos inscritos

JJ

 Os representantes da Caema admitiram que há uma necessidade urgente de expansão da rede local, uma vez que a cidade cresceu, aumentando a população nos últimos anos. Destacaram a importância da nova estação de tratamento de água recentemente inaugurada e projetaram novas intervenções com recursos do PAC.

Marco Silva lembrou que a população praticamente sobrou desde que a Caema chegou ao município (em 1982) e que o último projeto de expansão foi feito em 2015. Afirmou que a Caema produz 145 litros de água por pessoa/dia num regime de 20 horas de serviço, ou seja, média acima do que é estabelecido pelos organismos internacionais. No entanto, admite que falta água para parte da população, o que atribui ao crescimento da cidade sem planejamento, deixando algumas comunidades sem rede adequada; ao enorme índice de desperdício da água tratada (as perdas chegam a 68%) e destacou ainda uma perda expressiva de faturamento (mais de 60%), devido a inadimplência.

O representante da Caema também destacou a dificuldade da empresa pública prestadora de serviço de saneamento, especialmente a Caema. O saneamento não tem um fundo público, como a saúde e a educação. Sua sustentabilidade depende da cobrança de tarifas, mas além da alta inadimplência, a Caema possui uma das menores tarifas do Brasil. Lembrou que a empresa pública não visa lucro, a essência de sua missão é prestar serviço público ao povo, mas precisa sobreviver.

Marco Silva levantou ainda a importância das questões ambientais da reserva de Macaó, no município e deixou sugestões para desdobramentos da audiência, como criação de um grupo de trabalho composto por Câmara, Prefeitura e Caema; criação da política de saneamento básico do município e criação do plano municipal participativo de saneamento, com metas e prazos rumo a universalização.

MARCO SILVA

 O secretário de obras e infraestrutura apresentou um mapa do município, destacando os poços que são da Prefeitura áreas com acesso precário à água e lamentou que a Caema não tenha planejado a expansão da rede para acompanhar o crescimento do município. Segundo ele, Chapadinha possui 1.700 unidades residenciais sem qualquer sistema de abastecimento de água. Apesar das críticas, os dois representantes da Prefeitura afirmaram que o Poder Executivo está aberto ao diálogo e quer trabalhar junto com a Caema para encontrar a solução dos problemas.

Infelizmente, dos 15 vereadores de Chapadinha, apenas cinco estavam presentes. Além do presidente da Câmara, participaram a vereadora Marineth e os vereadores Nildo, Prof. Faria e Mateus. Os vereadores destacaram sua preocupação com o abastecimento de água em Chapadinha, com a ausência de esgotamento sanitário, mas reconheceram a importância dos esforços da Caema.

O vereador Toti, presidente da Câmara, fez duras críticas não só a Caema, mas a todos os envolvidos no tema, ressaltou que poços artesianos não são a saída, demonstrou sua preocupação com as questões ambientais, inclusive pela falta de esgotamento sanitário e lembrou que parte da população está sofrendo sem água e é preciso buscar solução para o problema em vez de um jogar culpa no outro.

O representante da OAB sugeriu uma política agressiva de medição e campanhas de consumo responsável para combater o alto índice de perdas/desperdício e sugeriu que as partes firmassem um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com metas e prazos para solução dos problemas.

Ao abrir as inscrições, a moradora Dona Teresa, do bairro Mil Casas, fez um desabafo acerca das dificuldades que têm enfrentado para ter água em casa, fez críticas e muitos questionamentos. Infelizmente, a participação popular foi muito pequena na audiência, mas Dona Teresa sintetizou bem as angústias de parte da população.

MARIA

 A química industrial Jaciléa, da empresa Ponto Forte, prestadora de serviços da Caema, deu informações sobre o serviço realizado no município de monitoramento da qualidade da água e afirmou que a água tratada pela Caema está dentro dos parâmetros exigidos pelo Ministério da Saúde.

O Sindicato dos Urbanitários estava presente através de vários dirigentes sindicais: o presidente Rodolfo César, Vâner Almeida, Ribamar Araújo, José do Carmo, George Coutinho, Erandi Brito e Claudilson Góes (da Executiva); os dirigentes locais Moisés Jacinto, Charles Queiroz, André Borges, Francisco das Chagas (França), Henrique Reis e Pablo Rutemberg.

RODOLFO

Todos os representes do StiuMa que se manifestaram destacaram a importância da iniciativa da Câmara Municipal de Chapadinha de realizar audiência pública para discutir o saneamento. Vâner Almeida defendeu amplo debate entre todos os envolvidos para solucionar os problemas apontados e lembrou que os trabalhadores da Caema são parte essencial do debate, portanto deveriam ter representação na comissão proposta, através do Sindicato, ou em qualquer iniciativa nesse sentido.

                    VANER RIBAMAR     

Rodolfo César ressaltou o acerto da promoção do debate, das críticas feitas e a legitimidade do apelo da população por uma melhor prestação de serviços, lembrando que nossa luta em defesa do serviço público de saneamento é por um serviço de qualidade, que atenda a todos e todas. “A Câmara Municipal de Chapadinha cumpre seu papel de representante do povo, pautando um tema que é essencial à vida e à saúde da população. Cabe agora a todos os envolvidos buscarem soluções para os problemas detectados. A Caema, apesar das dificuldades, tem condição de continuar prestando os serviços, ampliando e melhorando o que já faz no município. A empresa pública é sempre a melhor saída, porque água não pode ser simples mercadoria produtora de lucro para empresa privada”, afirma o presidente do StiuMa.

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